SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber
sobre Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento
Em 22 Capítulos/Volumes
© 2008 Janine Milward
Capítulo 3
A Mandala Astrológica
Simultaneidade e Sincronicidade,
Arquétipo, Linguagem, Inconsciente Coletivo, Consciente e Inconsciente
Mitos e Símbolos
O Tao gera a Criação e A Criação cria O
Criador
janine milward
O começo de um
universo – o momento que dá início ao espaço e ao tempo (pelo menos nesse
universo) – é o disparador do relógio cósmico de um grande ciclo da natureza.
Somos parte integrante desse ciclo, desse universo.
A partir do Big
Bang, toda a matéria ou gases ejetados no espaço a-vir-a-ser foram se
condensando formando estrelas e mais estrelas.... Essas estrelas nasceram,
viveram e morreram, explodindo, expelindo mais e mais matéria ou gases ejetados
no espaço já existente e no espaço a-vir-a-ser. Essa é a fornalha alquímica do
universo: estrelas nascendo, vivendo, morrendo.... Criando mais outras
estrelas, criando novos elementos químicos a cada tempo de vida e a cada tempo
de morte...
Somos parte
integrante desse universo de vida e morte de estrelas: somos feitos todos, tudo
na natureza, de poeira de estrelas....
Sendo poeira de
estrelas, pertencemos à totalidade do nosso universo manifestado desde de sua
explosão inicial e ainda antes, quando era o universo ainda uma energia
condensada e concentrada em uma pequena semente.... E ainda antes, quando tudo
isso existia advindo do Mundo da Não-Manifestação – ou advindo do Mundo da
Manifestação, quem sabe, de algum Buraco Negro finalizador de algum universo
anterior pertencente ao multiverso....porque tudo, tudo, no Mundo da
Manifestação está em constante mutação.
Essa é a
imortalidade do universo: tudo está sempre em constante mutação... Assim,
pertencemos hoje a uma família, nosso sistema solar, dentro da vastidão de
nossa Galáxia, nosso país, a Via Láctea....que por sua vez pertence à grande
família das Galáxias, que por sua vez pertence ao nosso universo, que por sua
vez pertence à família dos universos – o multiverso , que por sua vez pertence
ao Mundo da Manifestação, que por sua vez pertence ao Mundo da Não-Manifestação,
que por sua vez deriva da Suprema Consciência, da Fonte Primordial... Alguns
dizem que Deus não jogou dados ao dar forma manifestada à si mesmo, O
Imanifesto. Outros dizem que não somente Deus jogou seus dados que alguns
desses dados lhe escarparam, sumiram, desapareceram.... essas seriam as
questões que não caberiam nem ! ao Deus explica-las..... Outros ainda, mais
acertadamente, suponho, aguardam pelo andamento dos tempos, quando muitas das
perguntas são respondidas, abrindo para novas perguntas e novas respostas, num
sem-fim de indagações e asserções....
Todo o universo
cabe em nós, em mim, em você. Assim sendo, somos bibliotecas vivas da história
do universo – não apenas a história relativa ao tempo e ao espaço, mas
certamente antes de tudo, antes de nada. Antes. Durante. Depois. Antes...
Sendo assim,
estou olhando a estrela que existiu no passado e que não existe mais porém
existe sim porque posso vê-la por inteiro diante de mim encravada no céu
estrelado, ao mesmo tempo que em todo meu corpo existem pedaços daquela mesma
estrela... quem sabe?
Essa é a
constante mutação do universo, essa é a imortalidade do universo Essa é a
simultaneidade do universo. Essa simultaneidade é a base estrutural do conceito
fundamental da relação céu e terra: a sincronicidade: assim é na Terra como no
Céu.
Sendo o
universo simultâneo – embora contendo o tempo e o espaço que fazem acontecer o
passado, o presente e o futuro – também toda a história do universo é
compreendida por todo o universo, de si para si mesmo.
A verdade é que
todas as luzes – e não-luzes – do universo são como letrinhas colocadas contra
o quadro-negro do tempo e do espaço.... Essas letrinhas conjugadas em palavras
estruturadas como linguagem, nos contam a história de todo o universo, de si
para si mesmo, em todos os tempos e espaços....
Sendo parte
integrante da constante mutação desse universo, tendo dentro de nós, em nosso
corpo, em toda a natureza, toda a alquimia realizada pelo tempo e
espaço....temos então toda a história do universo já contida dentro de nós,
passado, presente e futuro...ao mesmo tempo que podemos ter a confirmação dessa
história através das luzes – e não-luzes – das estrelas.....
Assim, o
conceito inicial da sincronicidade nos remete ao conceito do arquétipo: o universo
é simultâneo e habita dentro de cada um de nós. Todo o universo está contido
dentro de nós - a perfeita interiorização – ao mesmo tempo que todo o universo
está contido fora de nós – a perfeita exteriorização. A fusão desses dois
elementos, a interiorização e a exteriorização, nos traz o arquétipo.
O arquétipo é a
estruturação da verdade traduzida em linguagem que habita em meu interior – o
universo dentro de mim – confirmada com o que as estrelas me dizem – o universo
exterior a mim. Estão formados, então, o inconsciente e o consciente.
Dessa forma, eu
posso sair hoje de meu planeta Terra tão conhecido e ir morar numa estrela
distante, e olhar para o céu – também recheado de estrelas – e poder renomear
tudo ao meu redor – simplesmente porque tenho a história do universo dentro de
mim, porque sou a re-encarnação daquela estrela formada no inicio do universo
que foi formada pelas partículas ejetadas pelo Big Bang, a grande explosão
advinda da semente original., que possivelmente teria sido um Buraco Negro
comprimido e condensado de um universo anterior que tenha chegado ao seu
término!
Como posso
então acreditar nessa inter-relação de linguagem entre o universo interior e o
universo exterior? Entre a minha re-encarnação da semente original do universo
e aquilo que eu vejo hoje no universo?
O que eu tenho dentro de mim, aquilo que faz parte da eternidade, da
historia original do tempo e do espaço - é o meu inconsciente.
O que eu tenho exterior a mim, que são o próprio tempo e espaço
representados como o universo do aqui e agora - é o meu consciente.
Lacan, o filósofo psicanalista, diz que o inconsciente é estruturado como
uma linguagem. Na Bíblia cristã, se lê: "No Princípio, era o Verbo e o
Verbo se fez entre nós".
Então é assim, existe a linguagem do universo de si para si mesmo que é
representada através das luzes e não-luzes como se fossem letrinhas formando
palavras da linguagem do Mundo da Manifestação advindo do Mundo da
Não-Manifestação. E existe a linguagem do universo de si para si mesmo que é
trazida para mim através da poeira de estrelas que são os elementos químicos
que compõem meu corpo, minha alma, minha natureza e toda a natureza em torno de
mim.
O inconsciente e o consciente se fusionam, se mesclam, trazendo o
conhecimento através do estabelecimento do arquétipo.
Assim, quando olho para o nosso sol, em nosso humilde sistema solar, essa
nossa pequena e modesta família dentro da Via Láctea, nossa galáxia, - eu estou
vendo no sol a idéia original do criador, ou seja, aquele que dá a vida e a
sustenta. E na lua, tão próxima, eu vejo a idéia original daquilo que permite a
criação acontecer.... Vejo então no Sol o pai e na Lua, a mãe.
Alguns povos da Terra vêem o Sol como o avô e a Lua como a avó, tendo a
Terra como Mãe, Mãe-Gaia, e o Céu em si, como o Pai.
É interessante a gente observar que os diâmetros aparentes do sol e da
lua são similares, do mesmo tamanho - embora a Lua seja 49 vezes menor do que a
Terra e o Sol seja absolutamente imenso para os nossos padrões de medidas nesse
nosso sistema solar. No entanto, é a distância de ambos em relação à Terra que
nos traz essa aparente similaridade que pode ser constatada durante os eclipses
parciais, anulares ou totais do sol! - reforçando, assim, os arquétipos de pai
e mãe, Sol e Lua.
Esses são os arquétipos fundamentais vistos a partir do ponto de vista do
planeta Terra, que é um planeta de encarnação, de materialização da natureza em
seres, em mentes e corações.
O Sol é o arquétipo do Pai e a Lua, o arquétipo da Mãe....então, sendo
nosso sistema solar uma família dentro da Via Láctea.... os planetas são nossos
irmãos, irmãos do Planeta Terra, onde vivemos!
Podemos então ver e nomear nossos irmãos mais próximos....e outros mais
distantes, reconhecidos a partir de um desenvolvimento maior da mente que traz
o progresso, porém já conhecidos anteriormente através dos arquétipos sendo
estruturados nos mitos, nos símbolos, nas estórias, lendas e mitologias que as
mentes e os corações vão fazendo perpetuar ao longo dos tempos...
Assim, o homem começou a compreender o céu e a terra. Quanto mais
precisava entender a terra, mais buscava no céu suas verdades. Todo o
conhecimento inicial do homem foi doado pelo céu. Toda a necessidade básica do
homem foi doada pelo céu. Toda a possibilidade do homem viver seu dia e sua
noite e sua vida e sua morte...sempre tudo foi doado pelo céu.
E quanto mais o céu doava tudo ao homem, mais o homem retribuía ao céu
aquilo que ele vivia na Terra. Dessa forma, as estrelas foram sendo nomeadas,
os desenhos que as estrelas formam entre si, as constelações , bem como os
planetas, tudo no céu foi sendo nomeado com coisas da vida da terra, com
estórias da terra, historias reais ou expressão de seus desejos, expressão de
seus conscientes e de seus inconscientes: os mitos, as mitologias, os símbolos.
A linguagem entre o céu e a terra saiu do inconsciente e veio à
consciência: estavam criadas a espiritualidade, as religiões, as crenças, as
filosofias, as ciências, as artes, a comunicação, a troca, a cultura, a
sociedade, a família, a manutenção da vida, a história da vida no planeta Terra
.
O homem, aquele que usa a sua mente, é, portanto, o integrador da relação
céu e terra. E sendo o integrador, o fiel da balança, é o homem também aquele
que dá sentido ao céu e a terra da mesma forma que o céu e a terra lhe dão seu
sentido. Sem a mente pensante e a possibilidade de expansão da consciência para
fusionar céu e terra, o universo não faz sentido.
O universo faz sentido ao homem porque o homem dele extrai seu sentido.
Daí a necessidade primordial do homem sempre ter venerado e respeitado,
inicialmente, a própria natureza como seu grande Pai e sua Grande Mãe, através
as realidades do Céu e da Terra e as forças do Sol e da Lua. E ainda além,
muito mais além das forças do Sol e da Lua, encontra-se a própria natureza em
si mesma impondo sua veneração e seu respeito. De tal forma que o homem
precisou se espelhar na Criação através a força do Criador....
O homem enquanto Criação criou seu Criador à sua imagem e semelhança,
apenas maximizado de tal forma que (quase) não poderia alcançar este Criador.
Daí surgiram as figuras dos Deuses e das Deusas, dos heróis e semideuses e das
entidades da natureza.
No entanto, a necessidade de alcançar a Unidade Absoluta levou o homem, A
Criação, criar seu único Criador... Na verdade, a questão da Criação criar o
Criador espelha, uma vez mais, a sabedoria manifestada através do inconsciente
trazido até a consciência, ou seja, O Criador em sua natureza inexpugnável e
inalcançável, manifesta-se à Criação através da própria Criação. Uma vez mais
nos encontramos nos domínios da simultaneidade do universo, da sincronicidade,
dos arquétipos, dos símbolos, dos mitos e da linguagem do universo de si para
si mesmo.
..... Mas ....quem escreve através das estrelas?
"A força que guia as estrelas guia você também"
Srii Srii
Anandamurti
Com um abraço estrelado,
Janine Milward